A delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de Pequim encerrou sua participação no maior evento esportivo do planeta com a medalha de prata do vôlei masculino, que levou o país a 15 pódios, com três ouros, quatro pratas e oito bronzes. Com o resultado, o Brasil ficou em 23º lugar no quadro de medalhas geral das Olimpíadas, mas para o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, "são conquistas expressivas em diversas modalidades. E as nossas atletas merecem um destaque especial" No total, o país igualou a marca de Atlanta-1996 (três ouros, três pratas e nove bronzes), mas o resultado ficou aquém do obtido em Atenas-2004, onde a delegação conseguiu cinco medalhas de ouro, duas de prata e três de bronze, o que deixou o Brasil entre os 20 primeiros colocados no quadro de medalhas. Para muitas modalidades, este foi o primeiro ciclo olímpico com investimentos durante os quatro anos, o que aumentou as expectativas de muitos quanto a resultados que acabaram não aparecendo. Um fato que deve ser comemorado na participação brasileira é a maior presença de mulheres no pódio e a superação de algumas barreiras. Em Pequim, o Brasil conseguiu a primeira medalha de uma mulher em um esporte individual em Olimpíadas, com o bronze da judoca Ketleyn Quadros (categoria até 57 kg). Além disso, Fernanda de Oliveira e Isabel Swam, da classe 470, faturaram o bronze, o primeiro da vela feminina em Jogos Olímpicos. No atletismo, Maurren Higa Maggi também fez história ao conquistar a medalha de ouro no salto em distância, na primeira vez que uma atleta do país subiu ao lugar mais alto do pódio em um esporte individual em uma Olimpíada. Esta também foi a primeira vitória do atletismo nacional em Jogos Olímpicos desde Joaquim Cruz nos 800 metros em Los Angeles-1984. Em outro destaque feminino, Natália Falavigna, da categoria acima de 67 kg do taekwondo, conquistou o bronze e foi responsável pela única medalha do país em uma modalidade na qual o Brasil nunca havia subido ao pódio em Olimpíada. Para coroar a participação brasileira em Pequim, no penúltimo dia a seleção feminina de vôlei conquistou a medalha de ouro, em uma redenção para uma geração que alguns tachavam de perdedora e o que fez o técnico José Roberto Guimarães entrar para a história, já que ele comandava a seleção masculina campeã em Barcelona-1992. Entre os homens, o grande destaque foi o nadador César Cielo Filho, que conquistou duas medalhas, o ouro nos 50 metros livre e o bronze nos 100 m livre. Cielo não apenas levou o país de volta ao pódio olímpico na natação, como foi o primeiro atleta do país na modalidade a conquistar o ouro olímpico. O vôlei masculino não conseguiu confirmar o ouro de Atenas, mas ficou com a prata. Alguns consideram o resultado uma decepção, outros uma prova de superação de uma equipe que venceu quase tudo nos últimos sete anos e conseguiu permanecer entre as melhores equipes do mundo. A vela, o judô e o vôlei de praia confirmaram a tradição de sempre conquistar medalhas para o país. No iatismo com a prata de Robert Scheidt e Bruno Prada na classe Star, no judô com os bronzes de Leandro Guilheiro (até 73 kg) e Tiago Camilo (até 81 kg). Já no vôlei de praia masculino, o país subiu ao pódio com Márcio e Fábio Luiz (prata) e Emanuel e Ricardo (bronze). No futebol, os sentimentos foram distintos: desapontamento com a prata do feminino, já que ficou a sensação de que o ouro era possível, apesar da falta de apoio das meninas, e uma decepção já esperada com o bronze do masculino, que em nenhum momento passou confiança à torcida. Em outras modalidades, o país avançou, apesar da falta de medalhas, como no caso da ginástica, na qual o Brasil fez quatro finais. Em outras regrediu, como o hipismo, que passou em branco depois de três Jogos Olímpicos com uma medalha em cada. Outras modalidades foram uma completa decepção, como o basquete, que no caso do masculino nem se classificou para a Olimpíada, e no feminino nem passou da primeira fase. Ao fim dos Jogos de Pequim-2008, as atenções começam a se voltar para Londres-2012. Em um país com tantos problemas administrativos, resta saber se os dirigentes do esporte nacional terão capacidade de dar condições aos atletas durante todo o próximo ciclo olímpico. Em declarações formuladas na Casa do Brasil em Pequim, Nuzman assinalou que a evolução do desporto do país não poder ser medido apenas por medalhas. "O crescimento esportivo de um país não deve ser medido apenas por medalhas. A presença de um maior número de atletas e de modalidades em finais olímpicas indicam a evolução qualitativa do esporte brasileiro nas últimas quatro edições dos Jogos Olímpicos", afirmou Nuzman.
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